terça-feira, 12 de junho de 2012

Universidades Públicas

Hoje vou falar um pouco da minha vida na universidade que estudo.

Sempre me diziam que faculdade federal era coisa para filhinhos de papai, que estudaram a vida inteira em colégio particular e por isso entravam mais facilmente na instituição. Eu duvidava disso, pois estudei a vida inteira em colégio público e se aceitasse essa verdade já teria me dado por derrotado. Fiz um ano de cursinho e pra minha sorte passei de primeira no vestibular em 2010. Ingressei na universidade em 2011 e agora estou no segundo ano de engenharia.

Quando entrei me senti meio perdido, pois não tinha mais todos aqueles amigos à minha volta e portanto as coisas ficaram um pouco complicadas no início. Como sempre me relacionei bem, fiz vários colegas em pouco tempo e percebi que de fato, aquilo era um lugar para pessoas de alto nível. No mínimo 80% das pessoas que conheci frequentaram escolas particulares por um bom tempo em sua vida. Mas no começo não me importava muito, pois eu havia entrado do mesmo jeito.

Comecei a perceber a disparidade do padrão de vida deles quando meus colegas começaram a completar os 18 anos de idade. Nessa idade eles iam correndo para auto-escolas e logo que terminavam já possuíam carros próprios, "paitrocinados" é claro. E não eram carros populares não, muitos tem BMWs, Jettas e outros tantos carros caros que levariam anos para conseguir se fosse pelo próprio suor.

Além disso, mais da metade dos alunos que estudam comigo são de outras cidades ou estados. E como vocês já devem ter imaginado, nenhum deles trabalha, vivem às custas dos pais e pretendem continuar assim até se graduarem, ou seja, no mínimo 5 anos [e se graduar em engenharia em 5 anos é coisa pra se orgulhar]. Eles recebem dinheiro todo mês nas contas para pagar gasolina, comida, alojamento e é claro para manter as baladas e festas universitárias, afinal, ninguém é de ferro pra ficar sem fazer nada nos finais de semana e precisam manter o "social".

Eles levam uma vida invejável [eu sei que é feio mas admito que sinto pouco de inveja as vezes]. Ter as contas pagas, morando sozinho, com carro na garagem e sem se preocupar com a renda do próprio trabalho é algo que eu desejo e por isso procuro tanto a IF. Não consigo acompanhar o ritmo deles e muitas vezes acabo sendo meio que "esquecido" das festas. Também não os culpo pois já recusei vários convites, gastar mais de 50 reais em uma única noite enquanto ganho menos de 1k trabalhando em 2 empregos não é pra mim...

Minha única dúvida é como essas pessoas vão ser depois de formadas, será que terão peito para encarar o "mundo verdadeiro" ou viverão nas sombras dos pais até os 30 ou 40 anos? Eu sou darwinista para essas coisas, acho que as pessoas só se coçam para aprender quando existe a necessidade. Eles não tem nenhuma necessidade, nenhuma preocupação, são poucos que se interessam realmente por investimentos [dá para contar nos dedos de 1 mão apenas quem estuda isso e acho que ainda sobraria]...

Realmente não sei se esses pais super protetores estão fazendo um bem para os seus filhos ou estão retardando a entrada deles no mundo dos negócios... Mas quem sou eu para julgar como os pais criam os próprios filhos ou os filhos em si não é... Qual a opinião de vocês sobre o assunto?

Tenham um bom dia e nesse clima de estudos fiquem ao som de Ramones.
Até a próxima.

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